Aos alunos de Fisiologia Veterinária !!!
Lembrem-se que a abordagem do assunto a seguir corresponde apenas a um resumo e que poderá servir apenas como um instrumento de auxílio em seus estudos.
Este texto jamais deverá substituir a leitura dos livros e/ou textos recomendados em sala de aula.
(MORAES, I.A.)
Atualizado em 09/09/2009
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Introdução
Durante a evolução dos metazoários, surgiram dois sistemas de integração para coordenar as funções de vários órgãos especializados que apareceram nestes animais: os sistemas nervoso e endócrino.
O tecido nervoso acha-se distribuído pelo organismo, formando uma grande rede de comunicações, sendo necessário seu conhecimento para compreensão de outros sistemas orgânicos. O conhecimento do sistema nervoso autônomo (SNA) é essencial para entender o controle reflexo de muitas funções mais críticas do organismo. Do mesmo modo, o conhecimento da barreira hematoencefálica e do sistema do líquido cerebroespinhal é fundamental para compreender a homeostase do sistema nervoso central (SNC). Por estas e outras razões apresentaremos aqui um estudo geral sobre a fisiologia do sistema nervoso, assim como sobre o exame clínico que faz parte da avaliação neurológica do cão.
I – Resumo das funções básicas:
Função Integradora – Coordenação das funções do vários órgãos ( contração e secreção)
Função Sensorial – Sensações em geral e especiais.
Função Motora – Contrações musculares voluntárias ou reflexas.
Função Adaptativa -Adaptação do animal ao meio ambiente (sudorese , respiração)
Leia mais !!! Funções Básicas do Sistema Nervoso em Humanos
Características gerais:
A – DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO
SOB O PONTO DE VISTA ANATÔMICO
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Cérebro
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Encéfalo
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Cerebelo
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Mesencéfalo
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Sistema Nervoso Central
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Tronco encefálico
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Ponte
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Medula oblonga (bulbo)
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Medula espinhal
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nervos (espinhais e cranianos)
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Sistema nervoso periférico
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gânglios
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terminações nervosa
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SOB O PONTO DE VISTA FISIOLÓGICO
Sistema nervoso somático
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aferente (sensitivo)
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eferente (motor)
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Sistema nervoso visceral
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aferente (sensitivo)
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eferente (motor)
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Sistema nervoso autônomo
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SOB O PONTO DE VISTA EMBRIOLÓGICO
Prosencéfalo
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Telencéfalo
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Diencéfalo (tálamo e hipotálamo)
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Cérebro (córtex cerebral, núcleos da base, sistema límbico, rinencéfalo)
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Mesencéfalo
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(tectum, tegumento e pedúnculos cerebrais)
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Rombencéfalo
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Metencéfalo
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Cerebelo e ponte
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Mielencéfalo
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Bulbo
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OBS * O cérebro pode ainda ser dividido grosseiramente em cérebro inferior e superior.
O cérebro inferior é o responsável pela coordenação subconsciente, como exemplos a pressão arterial, a respiração e o equilíbrio. Dele fazem parte o tronco encefálico, diencéfalo, cérebro e gânglios da base. E o cérebro superior é o responsável pela atividade consciente e dele faz parte a córtex cerebral.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIVISÃO NO ASPECTO FISIOLÓGICO
O sistema nervoso somático aferente e eferente é também chamado de sistema nervoso de vida de relação, pois permite que o animal se relacione com o meio ambiente com atitudes voluntárias. Relaciona o organismo com o ambiente através dos receptores que informam,pelas vias aferentes, as condições externas e o sistema eferente em resposta, envia mensagens para os músculos esqueléticos determinando movimentos voluntários.
O sistema nervoso visceral é também chamado de sistema nervoso de vida vegetativa, pois está relacionado com a constância do meio interno e corresponde a atitudes involuntárias. É responsável pela inervação e controle das estruturas viscerais, garantindo a constância do meio interno. O seu componente aferente conduz impulsos nervosos originários dos receptores (visceroceptores) e áreas específicas do sistema nervoso. E o componente eferente leva impulsos originados no centro nervoso até as glândulas, músculo liso e cardíaco.
B – TIPOS CELULARES
1- NEURÔNIO ou CÉLULA NERVOSA: é a unidade funcional, anatômica e estrutural do sistema nervoso.
Consiste em quatro regiões distintas:
TIPOS BÁSICOS DE NEURÔNIOS:
Quanto à morfologia:
Alfa 1 | Beta 1 | Gama | |
Diâmetro (mm) | 13-20 | 6-12 | 1-5 |
Velocidade (m/s) | 80-120 | 35-75 | 5-30 |
CIRCUITOS NEURONAIS:
Dentro do sistema nervoso central existem vários esquemas de arranjo de neurônios (circuitos), que permitem diferentes tipos de atividade.
TIPOS DE CIRCUITOS:
A – CIRCUITO CONVERGENTE: Vários neurônios convergem a um neurônio comum. Permite que impulsos de muitas fontes diferentes causem alguma resposta ou produzam alguma sensação.
B – CIRCUITO DIVERGENTE: É o circuito no qual os ramos do axônio de um neurônio convergem em dois ou mais neurônios, e cada um desses por sua vez, unem-se a dois ou mais neurônios. Esse tipo de circuito permite a amplificação de impulsos e é encontrado no controle de músculos esqueléticos.
C – CIRCUITO REVERBERANTE: É um circuito onde cada neurônio de uma série emite um ramo para o neurônio que o antecede, de forma que uma torrente de impulsos é recebida no final do circuito. Esse tipo está associado a atividades rítmicas e a salva prossegue até que as sinapses entrem em fadiga.
D – CIRCUITO PARALELO: Ele contém neurônios em série, onde cada um emite um ramo para o neurônio terminal. Por haver um atraso de transmissão na sinapse, uma salva de estímulos chega ao neurônio final. Diferente do circuito reverberante, os impulsos cessam após a transmissão. Esse tipo de circuito promove reforço a um estímulo simples.
E – CIRCUITO SIMPLES: São possíveis muitas combinações complexas de neurônios, mas essas conexões podem ser também diretas e simples. Dessa forma, os neurônios associados aos sentidos especiais podem envolver não mais do que dois neurônios para sua projeção em direção ao córtex cerebral. Um mínimo de três neurônios é necessário para transmitir um impulso nervoso da periferia pela via do nervo espinhal para o córtex cerebral.
MIELINA: substância branca lipídica que forma uma bainha ao redor das fibras nervosas e serve como isolante elétrico (importante no fenômeno da condução saltatória, ou seja, no aumento da velocidade da transmissão dos impulsos nervosos). Os axônios podem ou não conter esta substância.
Atenção:
AXOLEMA: membrana celular que cobre o axônio.
NEURILEMA: axolema + bainha de mielina
No encéfalo e na medula encontramos:
Área Acinzentada (Substância Cinzenta): Contém agregados de corpos celulares de neurônios e células da glia além de fibras amielínicas.
Área Clara (Substância Branca): Contém fibras nervosas predominantemente mielinizadas e células da glia.
Atenção :
CÓRTEX: substância cinzenta envolvendo uma massa de substância branca (ocorre no cérebro).
NÚCLEO: substância cinzenta envolvida por substância branca (ocorre na medula).
NODOS DE RANVIER
São intervalos circunferenciais que ocorrem intermitentemente na bainha de mielina que garantem a Condução Saltatória do impulso nervoso. Logo quanto maior for a distância entre estes nódulos (ou seja , quanto mais mielinizada for a fibra) , maior a velocidade de condução do impulso nervoso.
DEGENERAÇÃO WALLERIANA
Quando um neurônio é lesado há degeneração da extremidade distal e da lesão da extremidade proximal até o nível do primeiro nódulo de Ranvier.
Conjunto de possíveis eventos que podem ocorrer quando uma fibra é seccionada (acompanhe observando a figura abaixo):
A- refere-se a uma fibra nervosa motora normal
B- quando a fibra sofre lesão, o núcleo do neurônio desloca-se para a periferia e a parte distal da fibra degenera.
C- A proliferação das células de Schwann dá origem a um cilindro, que é penetrado pelos axônios em crescimento (note que devido a falta de uso, a fibra muscular estriada se atrofia).
D- No exemplo dado a regeneração foi bem sucedida e a fibra muscular voltou ao seu diâmetro normal.
E- Quando o axônio não encontra um cilindro de células de Schwann, seu crescimento é desordenado formando muitas vezes uma dilatação muito dolorosa na extremidade do nervo chamada de “neuroma de amputação”.
GÂNGLIO NERVOSO: São agrupamentos de corpos de neurônios localizados fora do SNC.
NÚCLEO: São grupamentos de corpos de neurônios localizados dentro de SNC.
2- CÉLULAS DA GLIA
São células lábeis, de importância vital para os neurônios, sendo a sua principal função a nutrição (além da estrutural). Estas células não produzem potencial de ação.
MACRÓGLIA |
ASTRÓCITO
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Nutrição* e metabolismo.
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CELULAS EPENDIMÁRIAS
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Revestimento dos ventrículos cerebrais e canal espinhal
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MICRÓGLIA
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OLIGODENDRÓLIA |
Síntese de Mielina (Celulas de Schwann no SNP)
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HORTEGÁGLIA
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Células fagocíticas
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* isto porque os capilares do tecido nervoso são totalmente envolvidos por prolongamentos dos astrócitos, não havendo contato direto entre os neurônios e os capilares!
De acordo com Klemm (1996) (In: Swenson&Reece, 1996), apenas três tipos de células gliais devem ser admitidos: Oligodendrócitos (Célula de Schwann que sintetiza a mielina), Astrócitos ( apresentam processos citoplasmáticos que ligam aos vasos sanguíneos), e Micróglia (São células fagocíticas, e não um tipo GLIAL, pois são leucócitos que invadem o tecido nervoso cumprindo seu papel de defesa). Conclui-se então que existem apenas dois tipos de celulas gliais.
Segundo o autor, na Epilepsia, observa-se proliferação de astrócitos com formação de cicatrizes gliais como responsáveis pelo aumento da liberação de K+.
3- MENINGES
São membranas de tecido conjuntivo que envolvem e protegem o SNC. São formadas por 3 camadas:
DURA-MÁTER: é a meninge mais externa e mais espessa (tecido conjuntivo denso). Possui vasos e nervos (esta inervação é a responsável pela sensação de “dor-de-cabeça”).
A dura-máter craniana difere da espinhal. A primeira é formada por 2 folhetos, um externo e um interno. Já a dura-máter espinhal possui apenas um folheto, sendo originado pelo prolongamento do folheto interno da dura-máter craniana. O espaço entre a dura-mater espinhal e o periósteo das vértebras é chamado de espaço epidural.
ARACNÓIDE: membrana fina e justaposta a dura-mater, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural. Se liga a pia-máter por traves conjuntivas (aspecto de teia do qual originou o prefixo arac. relativo a aranha). Entre estas traves forma um espaço chamado de espaço subaracnóideo que contém o líquido cefalorraquidiano. A aracnóide forma , em certos locais expansões (evaginações) que perfuram a dura-máter e vão fazer saliências em seios venosos transferindo o líquido para este local e permitindo a drenagem do mesmo para o sangue.
PIA-MÁTER: esta meninge é muito vascularizada, delgada e aderente ao tecido nervoso. Possuem saliências no interior dos ventrículos chamados de plexos coróides onde se forma o líquido cefalorraquidiano.
Considerações práticas:
O conhecimento dos espaços entre as meninges é importante na rotina da clínica veterinária quando se faz necessário anestesiar o paciente.
Para um melhor entendimento sobre os procedimentos de anestesia é necessário ter conhecimento de dois importantes acidentes anatômicos: o cone medular e a cauda equina.
CONE MEDULAR
Limite caudal da medula, onde ocorre um afilamento da mesma. Após a este cone encontramos a “cauda equina”.
CAUDA EQÜINA
Durante toda a vida fetal a medula ocupa toda a extensão do canal vertebral os nervos espinhais correm em direção horizontal. A medida que a coluna se alonga, a medula não acompanha seu crescimento, e as raízes dos nervos vão adquirindo uma direção cada vez mais obliqua em direção aos respectivos forames de conjugação. Conseqüentemente abaixo das primeiras vértebras lombares o canal está ocupado por um feixe de nervos lombares, sacros e coccígeos em forma de cabeleira denominado de “cauda equina”. A diferença entre o nível medular de determinada raiz e o seu nível de saída pelo forâmen de conjugação tem importância prática quando se deseja bloquear determinada raiz nervosa com precisão na anestesia.
ANESTESIAS ESPINHAIS:
Antes devemos lembrar as fórmulas vertebrais das diferentes espécies domésticas:
Equino: C7 T18 L6 S5 Co15-21
Bovino: C7 T13 L6 S5 Co18-20
Suíno: C7 T14-15 L6-7 S4 Co20-25
Cão: C7 T13 L7 S3 Co20-23
Anestesia Peridural ou Epidural ou Extradural: o anestésico é depositado ao redor da dura-máter
Anestesia Subaracnóide: o anestésico entra em contato com o líquido cefalorraquidiano.
É uma anestesia mais delicada, usada de preferência para manipulações obstétricas, devendo-se atentar para o risco de meningite ( se o material não for devidamente esterilizado).
Promove um relaxamento superior porém por um período mais curto pois é injetado na corrente liquórica.
4-Ventrículos do Encéfalo
Os quatro ventrículos do encéfalo são cavidades ou espaços ocos dentro da substância encefálica. Os ventrículos laterais são cavidades pares no interior de cada hemisfério cerebral. São contínuos com um terceiro ventrículo único através do forame interventricular. O terceiro ventrículo está localizado dentro do interencéfalo e é contínuo com o quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral. O quarto ventrículo, por sua vez, está localizado abaixo do cerebelo e acima da medula oblonga. Comunica-se com o espaço subaracnóide através de três forames, um simples (Magendie) e um par (Luschka). O quarto ventrículo continua-se caudalmente pelo canal da medula espinhal. Cada um dos quatro ventrículos tem uma estrutura conhecida como plexo coróide, que projeta-se para seu interior. O plexo coróide é um tufo de capilares que secreta o liquido cerebroespinhal como já foi explicado.
5-Circulação e Função do Líquido Cerebroespinhal
O líquido cerebroespinhal formado pelo plexo coróide flui através dos ventrículos laterais e terceiro ventrículo, atravessa o aqueduto cerebral e o quarto ventrículo e finalmente atinge o espaço subaracnóide pelos forames de Magendie e Luschka. O líquido cerebroespinhal então, deixa o espaço subaracnóide através de estruturas especializadas (granulações ou vilos aracnóides) que invaginam para os seios venosos cerebrais (seios durais). A relação entre o espaço subaracnóide e os seios venosos é tal que estruturas valvulares previnem o retrocesso do fluido para o espaço subaracnóide, mas permitem o fluxo progressivo do líquido para dentro dos seios. Dessa forma, deve existir uma pressão mais alta dentro do espaço subaracnóide do que dentro do sistema venoso. A pressão normal do líquido cerebroespinhal varia de 8 a l2mmHg, por outro lado, a pressão dentro dos seios durais varia de 1 a 8mmHg.
O líquido cerebroespínhal é produzido continuamente (0,1 a 0,3mL/min). Se a via de fluxo que leva dos plexos coróides ao seio venoso for ocluída (idade avançada pode ocorrer calcificação), a pressão do líquido aumenta e pode resultar em hidrocefalia.
O líquido cerebroespinhal é ralo e aquoso; é derivado do plasma sangüíneo por um processo de secreção. Com exceção de seus poucos linfócitos, os elementos figurados do sangue estão ausentes. Em casos de injúrias ou inflamação das meninges, o número de elementos celulares do sangue pode aumentar.
A principal função do líquido cerebroespinhal é prover um coxim de água para o encéfalo e medula espinhal. O deslocamento do encéfalo é, portanto, minimizado, quando ocorrem rápidas alterações direcionais na cabeça. Sua função “linfática” é a retirada de proteínas que escapam dos capilares do encéfalo e medula óssea. Quando o volume de sangue no encéfalo aumenta, o volume de líquido cerebroespinhal diminui, mantendo dessa forma o volume do conteúdo craniano constante. A determinação da pressão do líquido cerebroespinhal tem importância clínica, por exemplo, no exame neurológico do animal, sendo normal por volta de l0 mmHg.
6-Barreira Hematoencefálica
Muitas substâncias do sangue não entram prontamente nas células do SNC, e uma das limitações disso é a conhecida barreira hematoencefálica. Os capilares do SNC têm junções coesas entre suas células endoteliais no lugar de poros abertos o que limita a difusão de substâncias a partir dos capilares. Substâncias lipossolúveis, entretanto, tais como oxigênio e dióxido de carbono, difundem-se facilmente. Para muitas substâncias, células presentes no tecido conjuntivo do SNC, conhecidas como astrócitos, interpõem-se entre as células do endotélio e do sistema nervoso central. Os astrócitos são seletivos ao material que transportam, devido a um importante centro que monitoriza os constituintes do sangue; não há barreira hematoencefálica no hipotálamo.
Existe também uma barreira entre as células do plexo coróide (tufos de capilares que projetam-se nos ventrículos cerebrais) e o líquido cerebroespinhal que é fornecido pelas células do plexo coróide. Uma barreira provavelmente existe entre o líquido cerebroespinhal e a pia-máter para certas substâncias, mas muitas difundem-se facilmente entre o LCE e o encéfalo. Drogas presentes no sangue podem não afetar o encéfalo, mas quando colocadas diretamente no LCE podem ter um efeito profundo.
7- NERVOS
São cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos (Machado,1974)
São três as bainhas de tecido conjuntivo
EPINEURO: Envolve todo o nervo e envia septos para o interior
PERINEURO: Envolve feixes de fibras nervosas dentro do nervo
ENDONEURO: É uma trama de tecido conjuntivo frouxo delicado que envolve cada fibra nervosa.
Atenção:
C – SINAPSES
1- DEFINIÇÃO
É o ponto de encontro entre dois neurônios ou entre um neurônio e a célula muscular, onde não há contato físico, havendo então uma fenda sináptica. Os impulsos são transmitidos de um neurônio para o outro ou para a célula muscular por meio de mediadores químicos liberados neste espaço, chamados neurotransmissores.
2- CLASSIFICAÇÃO
DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO:
DE ACORDO COM A FUNÇÃO:
DE ACORDO COM AS ESTRUTURAS ENVOLVIDAS:
8- NEUROTRANSMISSORES
8.1 – DEFINIÇÃO: São substâncias encontradas em vesículas próximas as sinapses, de natureza química variada, que ao serem liberadas pela fibra pré-sináptica na fenda sináptica estimulam ou inibem a fibra pós-sináptica.
8.2 – CLASSIFICAÇÃO
CLASSE I = Acetilcolina
CLASSE II = Adrenalina, noradrenalina, dopamina, serotonina
CLASSE III = Aminoácidos ( GABA, glicina, glutamato)
CLASSE IV = Peptídeos: de origem hipotalâmica => GnRH, TRH, ADH, ocitocina.
de origem hipofisária => ACTH, MSH, Beta-endorfina.
de ação intestinal e cerebral => Encefalina, Substância P, PIV, colecistoquinina, insulina, glucagon.
outros peptídeos => Angiotensina, bradicinina, bombesina, carnosina.
Os mais importantes são a acetilcolina e adrenalina sendo possível classificar as fibras como colinérgicas ou adrenérgicas em função do neurotransmissor liberado.
Síntese de Epinefrina: [Tirosina => DOPA => Dopamina => Nor-epinefrina => epinefrina (dura 20 a 40`)]
Epinefrina => Fonte básica = medula adrenal, mas pode ser encontrada no cérebro
Norepinefrina = Fonte básica = neurônios pos-ganglionares simpáticos
8.3 – MECANISMO DE AÇÃO E LIBERAÇÃO
A chegada do sinal elétrico na terminação nervosa pré-sináptica leva a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica.
É um mecanismo Ca++ dependente que altera a permeabilidade da membrana.
O neurotransmissor atinge os receptores da membrana pós-sináptica ou da membrana da célula efetora despolarizando-a e alterando a permeabilidade aos diferentes íons. Com isto ocorre a passagem do impulso entre as fibras nervosas ou entre estas e as células efetoras.
8.4 – DESTINO DO NEUROTRANSMISSOR
1 – Difusão para o líquido circundante
2- Destruição enzimática
Acetilcolinesterase=> quebra a acetilcolina
Monoaminoxidase => quebra a adrenalina por desaminação oxidativa
Catecol-O-metil-transferase => quebra a adrenalina por metilação
3 – Recaptação por processo ativo
Atenção: Drogas colinesterásicas => age como a acetilcolinesterase
Drogas Anticolinesterásicas => age diminuindo a atividade da acetilcolinesterase.
8.5 – RECEPTORES PÓS-SINÁPTICOS
São proteínas existentes na membrana pós-sináptica responsáveis pela sensibilidade da fibra aos neurotransmissores.
TIPOS
RECEPTORES DE FIXAÇÃO: fixa o neurotrasmissor para que este possa se ligar ao receptor ionofórico.
RECEPTORES IONOFÓRICOS: é o receptor ativo na transmissão sináptica.
8.6 – EVENTOS ELÉTRICOS
POTENCIAL DE REPOUSO
=>é o potencial de membrana antes que ocorra a excitação da célula nervosa.
=>é o potencial gerado pela bomba de Na+ e K+ que joga 3 Na+ para fora e 2 K+ para dentro contra os seus gradientes de concentração, pela permeabilidade seletiva da membrana ao K+ e não ao Na+ e pelos ânions com carga negativa retidos no interior da célula pela membrana celular.
=>-75 mV
POTENCIAL DE AÇÃO
=>se caracteriza por alterações “explosivas” no potencial de membrana que se inicia com uma etapa de despolarização, seguida da repolarização e hiperpolarização..
ETAPA DE DESPOLARIZAÇÃO
=> é a etapa, em que a membrana torna-se extremamente permeável aos íons Na+, ocorre portanto influxo de Na+ e conseqüente aumento de carga positiva no interior da célula.
=>-75mV até +35 mV
(A etapa de despolarização só ocorre se atingir o limiar de excitabilidade da célula (-65mV) . …”TUDO OU NADA”)
ETAPA DE REPOLARIZAÇÃO
=>é a etapa em que ocorre fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais de K+.
=>+35 mV até -75 mV
.ETAPA DE HIPERPOLARIZAÇÃO
=>é um período de alguns milissegundos em que a célula não reage aos neurotransmissores pois estão com excesso de negatividade em seu interior o que impede a ocorrência de um novo potencial de ação (isto permite um tempo de descanso, somente um estímulo de maior intensidade levará a célula de -90 a -65mv).
=>-75mv até -90 mV
OBSERVAÇÕES: vale a pena lembrar que a velocidade do impulso nervoso na fibra varia com o calibre da mesma e a disposição de mielina.
Leia mais!!! Potencial de Membrana e Potencial de Ação
TIPOS DE SINAPSE
SINAPSE EXCITATÓRIA: Abertura dos canais de Na+
SINAPSE INIBITÓRIA: Abertura dos canais de K+ e Cl –
Obs.: natureza excitatória ou inibitória está na dependência do neurotransmissor liberado e da natureza do receptor estimulado.
EX: um neurônio é excitado pela Acetilcolina e inibido pelo GABA ou Glicina.
INTENSIDADE DO ESTÍMULO: Quanto maior for o estímulo maior será a freqüência dos potenciais de ação. Não ocorre aumento de intensidade do potencial pois ele é sempre “tudo ou nada”.
E – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Constituído por nervos cranianos e espinhais com seus gânglios associados e as terminações nervosas.
1-NERVOS ESPINHAIS
São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, membros e parte da cabeça.
Saem aos pares da medula
São formados pela união das raízes dorsais e ventrais, formam o tronco, saem pelo forame intervertebral e logo em seguida formam os ramos anteriores e posteriores.
COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS ESPINHAIS
FIBRAS AFERENTES SOMÁTICAS
SOMÁTICAS
EXTEROCEPTORES => Temperatura dor, pressão, tato
PROPRIOCEPTORES => Conscientes ou Inconscientes
VISCERAIS => Impulsos sensitivos das vísceras
FIBRAS EFERENTES SOMÁTICAS => Para músculo estriado esquelético
VISCERAIS => Fibras autônomas para Músc. Card, Liso e Glândulas.
2- NERVOS CRANIANOS
São os que fazem conexão com o encéfalo (cérebro; cerebelo e tronco encefálico) sendo que a maioria faz conexão com o tronco encefálico (exceção, olfatório com telencéfalo e o óptico com o diencéfalo.
Estes nervos sensoriais ou motores servem à pele, músculos da cabeça e órgãos especiais dos sentidos tais como gustação, audição, etc.
São 12 pares.
COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS
FIBRAS AFERENTES | SOMÁTICAS |
GERAIS => fibras p/ dor, pressão, frio |
ESPECIAIS => p/ visão e audição | ||
VISCERAIS |
GERAIS => p/ sensibilidade visceral |
|
ESPECIAIS => p/ gustação e olfação |
FIBRAS EFERENTES |
SOMÁTICAS => p/ fibras musculares em geral |
|
VISCERAIS | GERAIS => p/ o SNA | |
ESPECIAIS => p/ músculos da laringe e faringe, da mímica facial e mastigatórios. |
OS PARES CRANIANOS:
I-OLFATÓRIO (Sensitivo)
II-OPTICO (Sensitivo)
III-OCULOMOTOR(Motor) = Músculos Extrínsecos do olho – Elevador da pálpebra, reto superior, inferior e medial, oblíquo inferior, músculo ciliar (cristalino) e esfíncter da pupila.
IV- TROCLEAR (Motor) = Músculo obliquo dorsal do olho.
V- TRIGÊMEO (Misto) = Ramos oftálmico, mandibular, maxilar, eferente para os músculos mastigadores (temporal, masseter, pterigóideo, milo-hióide e digástrico), aferente (sensibilidade) da pele da face, dentes, geral de 2/3 anterior da língua, mucosa da boca e nariz, conjuntiva e dura-máter.
VI – ABDUCENTE (Motor) = Músculo reto lateral do olho e retrator do bulbo.
VII – FACIAL (Misto) = É responsável pela sensibilidade gustativa de 2/3 anterior da língua e do palato, eferente para os músculos da face (músculos da mímica facial) e fronte, glândulas salivares e lacrimal.
VIII – VESTÍBULO-COCLEAR (Sensitivo) = responsável pela sensação do equilíbrio e audição.
IX – GLOSSOFARINGEO (Misto) = aferente e eferente para faringe, língua (sensibilidade geral e gustativa de 1/3 posterior, meato acústico externo e glândula parótida.
X- VAGO(Misto) = aferente e eferente da faringe, laringe, traquéia, esôfago e
vísceras do tórax e abdome, gustação da epiglote.
XI- ACESSÓRIO (Motor) = Músculo trapézio, esternocleidomastoideo, músculo da laringe e vísceras torácicas.
XIII – HIPOGLOSSO (Motor) = Músculo motor da língua
SENSIBILIDADE DA LÍNGUA:
TRIGÊMEO => Sensibilidade Geral de 2/3 anterior
FACIAL => Sensibilidade Gustativa de 2/3 anterior
GLOSSOFARINGEO => Sensibilidade Geral de 1/3 posterior
3- TERMINAÇÕES NERVOSAS
Quando aferentes………..Sensitivas………Receptores
Quando eferentes………..Motoras…………Placas Motoras
3.1 – TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A MORFOLOGIA
=>GERAIS
São estruturas mais simples e localizadas em todo o corpo podendo ser classificadas em LIVRES ou ENCAPSULADAS.
As terminações nervosas com capacidade de percepção e sensação da dor são do tipo LIVRES.
As terminações responsáveis pelo tato, frio e calor e pressão, são do tipo ENCAPSULADAS e recebem nomes especiais tais como:
LIVRES (EXEMPLOS)
• TERMINAIS DOS FOLÍCULOS PILOSOS => Tratam-se de fibras sensoriais mielínicas, que se espiralam em torno da raiz dos pêlos. Podem ser de adaptação rápida ou lenta. Sua função é o tato (através das vibrissas – ”bigodes do focinho”de alguns mamíferos, particularmente importantes em carnívoros e roedores).
• TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES => São pequenas arborizações de algumas fibras mielínicas ou amielínicas finas (não são encapsuladas). Localizam-se em toda a pele e em praticamente todos os tecidos do organismo. Realizam transdução mecanoelétrica, quimioelétrica, termoelétrica. São de adaptação lenta. Veiculam informações de tato grosseiro, dor, sensibilidade à temperatura (calor) e propriocepção.
• DISCOS DE MERKEL => São pequenas arborizações das extremidades de fibras receptoras sensoriais; na ponta de cada uma destas arborizações, há expansões em forma de disco,associadas à uma ou duas células epiteliais, que apresentam vesículas secretoras (com possível influência na transdução feita por estes receptores). São de adaptação lenta. Localizam-se na epiderme, e parecem envolvidos com informações de tato e pressão contínuos (transdução mecanoelétrica). Suas fibras são mielínicas.
ENCAPSULADAS (EXEMPLOS)
• CORPÚSCULOS DE MEISSNER => Encapsulado, faz transdução mecanoelétrica (mecanoceptor). É de adaptação rápida, sensível à estímulos vibratórios. Localizam-se na borda da derme com a epiderme.Suas funções são a deteccção de pressão vibratória e tato. Suas fibras são mielínicas.
• CORPÚSCULOS DE PACINI => Encapsulado, é um mecanoceptor. É de adaptação rápida, e sensível a estímulos vibratórios (estímulos estes mais rápidos quando em comparação com os que o Corpúsculos de Meissner detecta.). Localizam-se na derme profunda. Sua função é a detecção de pressão vibratória. Suas fibras são mielínicas.
• CORPÚSCULOS DE RUFFINI => Também é um mecanoceptor encapsulado. É de adaptação lenta,e sensível à indentação da pele (devido ao fato de ser de adaptação lenta, responde ao estímulo de maneira contínua, e não apenas no início e no fim do estímulo,como fazem os de adaptação rápida. Daí sua sensibilidade à estímulos contínuos na pele). Localizam-se na derme profunda. Suas fibras são mielínicas.
• BULBOS DE KRAUSE => São pouco conhecidos; sua função é incerta (alguns os consideram como termorreceptores sensíveis ao frio). São encapsulados,e localizam-se nas bordas da epiderme com as mucosas. Suas fibras são mielínicas.
=>ESPECIAIS – estrutura mais complicada fazendo parte dos órgãos especiais dos sentidos localizados na cabeça.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO
EXTEROCEPTORES
Localizados na superfície externa e ativados pelo frio, calor, e pressão. Além desses, incluem-se receptores responsáveis pelos sentidos especiais de Visão, Audição, Olfação (incluindo o vomeronasal) e Gustação.
INTEROCEPTORES
Localizados nas vísceras e vasos. São também chamados visceroceptores e responsabilizados pelas sensações de fome, sede, prazer sexual. Dor visceral, além de informar quanto as pressões de 02 e C02, a osmolaridade do plasma e a pressão arterial. São também considerados interoceptores os sensores do ouvido interno para a sensação especial de Equilíbrio.
PROPRIOCEPTORES
Localizados profundamente nos músculos esqueléticos, tendões, fáscias, ligamentos e cápsulas articulares. Dão origem a impulsos proprioceptivos conscientes e inconscientes.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A REAÇÃO
Obs.: A maioria dos receptores pode responder à estímulos para os quais não são especializados, porém os limiares são muito altos.
3.2- TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS
PODEM SER:
Forma a placa motora
Fibra é sempre colinérgica
Músculo esquelético
VISCERAL
Não existe placa motora (varicosidades)
Fibra é colinérgica ou adrenérgica
Músculo liso
ARCOS REFLEXOS
DEFINIÇÃO
É uma resposta do Sistema Nervoso a um estímulo, qualitativamente invariável, involuntária, de importância fundamental para a postura e locomoção do animal e para examinar clinicamente o Sistema Nervoso.
É a unidade Fisiológica do Sistema Nervoso
COMPONENTES BÁSICOS
Todos os arcos reflexos contêm 5 componentes básicos necessários para sua função normal.
1 – RECEPTOR – captam alguma energia ambiental e a transformam em Potencial de Ação (P.A.) (EX: luz na retina, calor, frio e pressão na pele; estiramento pelos receptores do fuso muscular)
2 – NERVO SENSORIAL – Conduz o P.A: do receptor até a sinapse no SNC entrando na medula pela raiz dorsal.
3 – SINAPSE – Permite a passagem de juma fibra para outra. Um reflexo pode ser monossinaptico ou polissinaptico
4 – NERVO MOTOR – conduz o P.A. do SNC para o órgão efetuador saindo da medula pela raiz ventral. Transforma um impulso elétrico em ação mecânica.
5- ORGÃO ALVO OU EFETUADOR – normalmente é um músculo
CLASSIFICAÇÃO DOS REFLEXOS
Receptor + neurônio aferente + sinapse + neurônio eferente + órgão efetuador)
EXEMPLOS:
No reflexo de coçar do cão está envolvido os neurônio sensitivo da pele, neurônio internuncial que liga este segmento da medula aos nervos da pata posterior, e um neurônio motor para a musculatura da pata posterior.
(Receptor + neurônio aferente + sinapse + neurônio internuncial + sinapse + neurônio efetor + órgão efetuador)
REFLEXOS BULBARES
REFLEXOS MEDULARES
EXEMPLOS DE REFLEXOS MEDULARES PROPRIOCEPTIVOS
REFLEXO PATELAR
REFLEXO SUPRACARPIANO
REFLEXO SUPRA TARSAL
O reflexos medulares proprioceptivos são mais facilmente testados em pequenos animais
EXEMPLOS DE REFLEXOS MEDULARES EXTEROCEPTIVOS
REFLEXO DA CRUZ
REFLEXO COSTAL
REFLEXO DE COÇAR
REFLEXO CAUDAL
REFLEXO ESCROTAL
Os reflexos podem ser usados para avaliar clinicamente o Sistema Nervoso, pois quando se testa um reflexo, em verdade se está testando seus componentes básicos. Os reflexos mais utilizados são o Pupilar eo da propriocepção.
REFLEXOS DE REAÇÕES POSTURAIS
Os reflexos e reações posturais auxiliam na manutenção de uma postura correta. Respostas que envolvem o córtex cerebral são mais propriamente chamadas reações do que reflexos. O tonus muscular é aquele estado de tensão muscular que habilita o animal assumir e manter uma atitude ereta. O reflexo de estiramento é um elemento fundamental no tonus muscular.
São exemplos de reflexos e reações posturais:
1. REFLEXO DE ESTAÇÃO – ao pressionarmos para baixo as costas de um cão, provocamos movimentos musculares que compensam e resistem ao deslocamento.
2. REFLEXO DE ATITUDE – o deslocamento de uma parte do corpo é seguido por alterações posturais em outras partes (por exemplo, a elevação da cabeça de um cavalo é seguida por alterações posturais no quarto traseiro, de forma que uma nova atitude seja assumida).
3. REFLEXO DE ENDIREITAMENTO – soltando-se um gato em queda livre de costas para o solo, observa-se que este aterrisa na posição ereta.
4. REFLEXO DE SALTO – empurrando-se um cão com três de seus membros elevados, resulta-se na colocação da perna livre de tal forma que essa passa a atuar como um rígido pilar.
Nos animais domésticos a relação medula espinhal/encéfalo no sistema nervoso central, é maior do que em seres humanos. Isso reflete no fato de que a maior parte de todas as atividades do SNC nos animais é efetuada por reflexos e não pela atividade cerebral. É estimado que há cerca de dez vezes mais atividade na medula espinhal em cães do que humanos em relação à atividade total do SNC.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
METABOLISMO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O sistema nervoso central recebe sua energia principalmente de carboidratos, dentre os quais a glicose é uma fonte importante. Diferente de muitos tecidos do corpo, que requerem insulina para facilitar a difusão da glicose através da membrana celular, o SNC recebe glicose por simples difusão. Isso é vantajoso para o animal quando a insulina está ausente ou em pequena quantidade, porque habilita o SNC a funcionar mesmo quando outros sistemas falham.
O ritmo relativamente alto de metabolismo do SNC quando comparado àquele de outros tecidos, pode ser evidenciado pelo seu notável consumo de oxigênio. Embora o SNC constitua somente 2% da massa corpórea, consome aproximadamente 20% do suprimento total de oxigênio do corpo. Também tem sido evidenciado que o ritmo metabólico da substância cinzenta é três ou quatro vezes maior do que o da substância branca.
Requerimento Sangüíneo
O SNC deve ter um suprimento sangüíneo contínuo para suas funções normais, diferente de outros tecidos que podem ser desprovidos do suprimento sangüíneo por algum período e recuperar sua função normal quando o sangue retorna. Cinco a dez minutos de pouco ou nenhum sangue para o cérebro danifica tão intensamente as células nervosas que a recuperação não ocorre. Os centros respiratório e cardiovascular (na medula) são mais resistentes a anoxia (ausência de oxigênio) e o retorno da função pode ocorrer mesmo após 10 minutos sem sangue.
A tolerância de um encéfalo adulto à anoxia é muito mais baixa do que a de um encéfalo de um recém-nascido.
Para fins de estudos:
O SNC pode ser dividido em 6 regiões
1- MEDULA ESPINHAL
2- BULBO ou MEDULA OBLONGA
Contém vários núcleos motores de nervos cranianos e centros que controlam os sistemas cardiovascular e respiratório.
3- PONTE
OU SEJA, serve de elo entre as informações do córtex que vão para o cerebelo para que este coordene os movimentos pretendidos e reais. Também vai estar no caminho dos impulsos direcionados a medula.
4- MESENCÉFALO
Importante para o movimento ocular e o controle postural subconsciente e contem a FORMAÇÃO RETICULAR que regula a consciência.
Exemplos de estruturas de importância: pedúnculos cerebrais e corpos quadrigêmeos (anteriores => visão; posteriores => audição).
5- DIENCÉFALO
Tálamo – região controladora dos impulsos direcionados ao córtex cerebral.
Hipotálamo
Funções:
1-controle do SNA
2-regulação da temperatura
3-controle das emoções
4-regulação do sono e da vigília
5-regulação da fome e sede
6- metabolismo de gorduras e carboidratos
7-regulação da diurese
8-regulação da hipófise
Subtálamo
Situado na parte posterior do diencéfalo (área de transição). Região que possui continuação com estruturas mesencefálicas (núcleo rubro, formação reticular e substância nigra).
Epitálamo
Se encontra na região posterior dorsal do diencéfalo.
6- HEMISFERIOS CEREBRAIS
Formados pelo Córtex cerebral (que nas aves é pouco desenvolvido) e Gânglios da base
Contem estruturas associadas às funções sensoriais e motoras superiores e à consciência
O SISTEMA NERVOSO MOTOR
“Neurologicamente, a marcha se inicia por impulsos do córtex cerebral para o controle voluntário e coordenação fina. A estes estímulos somam-se as influências do cerebelo (que torna a marcha coordenada), do sistema vestibular (que faz a manutenção do equilíbrio) e, por certo, da medula espinhal que transmite os impulsos aos órgãos efetores através do SNP, além da manutenção da postura e estação.” (João Manoel Chapon Cordeiro,1996)
NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR
São todos aqueles neurônios do SNC que influenciam no funcionamento do neurônio motor inferior
Eles se dividem em 3 subgrupos:
=> O neurônio motor superior começa no cérebro mas emite axônio longo que percorre a medula espinhal para fazer sinapse com o neurônio motor inferior.
SISTEMA PIRAMIDAL
Desencadeamento do movimento voluntário, hábil, aprendido. É mais desenvolvido em humanos e primatas, sendo a principal via axônica dos mesmos.
O sistema piramidal é constituído por 3 grandes vias axônicas originárias do córtex cerebral unindo-se a medula, tronco encefálico e cerebelo.
LEMBRAR: lesão do sistema piramidal causa fraqueza muscular contralateral a área lesada (Hemiparesia)
SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL
Sua maior importância é iniciar o tônus muscular extensor postural, antigravitacional subconsciente. Também importante na coordenação dos movimentos da cabeça e olhos na observação de um movimento de um objeto.
O sistema extrapiramidal apresenta tratos que começam no tronco cerebral e terminam na medula espinhal, sendo a principal via dos ungulados.
OBS: Estes dois estão ligados principalmente aos músculos próximos da coluna vertebral responsabilizados pelo tônus postural antigravitacional.
OBS: O Núcleo Rubro tem sido responsabilizado pelos movimentos voluntários instintivos nos animais irracionais. Sendo muito desenvolvido na cabra e nas ovelhas.
CEREBELO
Coordena os movimentos iniciados pelos dois subgrupos anteriores. Ele compara o movimento pretendido com o movimento real e os ajusta.
Pode ser dividido em 3 Partes:
NEURÔNIO MOTOR INFERIOR
É o neurônio cujo corpo celular e dendritos estão localizados no SNC e cujo axônio se estende através dos nervos periféricos para fazer sinapse com as fibras musculares esqueléticas.
SINTOMATOLOGIA NAS DISFUNÇÕES DO S.N.C
Será melhor explicada na parte de Avaliação do Sistema Nervoso no fim deste texto. Veja aqui o conhecimento básico:
A – PATOLOGIAS DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR
1- MOVIMENTO INADEQUADO: Convulsão, rigidez, marcha em circulo, déficit proprioceptivo (incapacidade do animal de saber a posição de um membro)
2- NENHUMA ATROFIA
3- REFLEXOS SEGMENTARES MANTIDOS E EXAGERADOS (veja explicação na parte de Avaliação do Sistema Nervoso no fim do texto)
4- TREMOR NÃO INTENCIONAL (aumenta com o repouso)
OBS.:O Mal de Parkinson e a Síndrome do envenenamento pelo Cardo Estrelado nos eqüinos são disfunções do Sistema Extrapiramidal
B – PATOLOGIAS COM SEDE NO CEREBELO
1- DISTÚRBIOS DOS MOVIMENTOS (ATAXIA)
Caracteriza-se por afastamento dos membros (marcha em base ampla ou cavalete) ou cruzamento destes durante a marcha, enfim, por toda alteração capaz de determinar uma quebra da marcha normal. Deve-se a dificuldade do espinocerebelo e vestibulocerebelo em coordenar o equilíbrio do esqueleto axial.
2- DISMETRIA
Passo de Ganso e dificuldade de por o focinho em ponto especifico devido a incapacidade de coordenar o movimento pretendido com o real.
Consideram-se as hipermetrias ( levantar demasiadamente os membros para a marcha, subir escada, etc) ou hipometrias ( movimento diminuído, insuficiente).
Normalmente estas dismetrias estão associadas com lesões do pedúnculo cerebelar caudal ipsilateral.
3- NISTAGMO (descontrole dos movimentos oculares)
4-TREMOR INTENCIONAL (Tremor que agrava com o movimento).
C – PATOLOGIAS DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR
1- PARALISIA FLÁCIDA
2- ATROFIA
3- PERDA DA CAPACIDADE DE REFLEXO MIOTÁTICO (estiramento e contração constante e inconsciente que ocorre a todo momento que impede a atrofia).
4- HIPO-REFLEXIA
=>Tais sintomas ocorrem pois a mensagem não atinge o órgão efetuador ou seja o músculo
=>Não funcionam o reflexo de estiramento muscular e o reflexo de retraimento ao beliscão.
OUTROS SINAIS DE LESÕES DO SISTEMA NERVOSO
LEIA MAIS!!! Influência dos esteróides sexuais na ocorrência de ATAQUES EPILEPTIFORMES
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
É o componente eferente do sistema nervoso visceral, ou seja, é o sistema motor periférico destinado ao suprimento nervoso dos músculos cardíaco e liso e de muitas glândulas, estando sujeito a controle reflexo e cerebral.
O sistema nervoso autônomo regula funções subconscientes tais como: pressão arterial, freqüência cardíaca, motilidade intestinal e o diâmetro pupilar (midríase = abertura da pupila; miose = fechamento da pupila).
Pode ser dividido em SIMPÁTICO e PARASSIMPÁTICO com base na origem anatômica de seus neurônios pré-ganglionares e nos neurotransmissores liberados no órgão alvo.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE. OS EFERENTES SOMATICO E VISCERAL
Eferente Somático
|
Eferente Visceral
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Órgão efetor: músculos esqueléticos
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Órgão efetor: músculo liso, cardíaco e gland.
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Corpos celulares em todos os níveis da medula
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Corpos ausentes na cervical, lombar-caudal e coccígea
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Regulação voluntária e reflexa
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Regulação só reflexa (involuntária)
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Órgão efetor recebe só um tipo de neurônio eferente
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Órgão efetor recebe neurônios simpáticos e parassimpáticos
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NMI entre o SNC e o órgão efetor
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Dois neurônios (mielinizado e desmielinizado entre o SNC e o órgão efetor
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O órgão efetor reage sempre com excitação
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O órgão efetor reage com excitação ou inibição
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Quando há denervação ocorre paralisia
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Quando há denervação ocorre o princípio miogênico
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Produz ajuste rápido em relação ao meio externo
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Controle lento da homeostasia
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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMAS SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
DIFERENÇAS ANATÔMICAS:
1-QUANTO A POSIÇÃO DO NEURONIO PRÉ-GANGLIONAR
SIMPÁTICO – Toraco-lombar – Os axônios pré-ganglionares deixam a coluna lateral da medula entre TI e L2
PARASSIMPÁTICO – Cranio-sacral – Os axônios pré-ganglionares deixam o tronco encefálico pelos nervos cranianos III, VII, IX e X e através da medula sacra.
2- QUANTO A POSIÇÃO DO NEURONIO PÓS-GANGLIONAR
SIMPÁTICO – em gânglios próximos da medula
PARASSIMPÁTICO – em gânglios da parede visceral ou muito próximos a esta.
3-QUANTO AO COMPRIMENTO DAS FIBRAS
SIMPÁTICO – Pre-ganglionares curtas, pos-ganglionares longas
PARASSIMPÁTICO – Pre-ganglionares longas, pos-ganglionares curtas
DIFERENÇAS FUNCIONAIS
SIMPÁTICO – Utilizados em estímulos de LUTA E FUGA, as respostas são massivas e em cadeia
PARASSIMPÁTICO – produzem respostas viscerais localizadas importantes para a homeostase.
IMPORTANTE : A maioria dos órgãos recebem inervação de ambos (SNS e SNP) com exceção da medula da supra-renal, músculos piloeretores, glândulas sudoríparas e os vasos sanguíneos, dos músculos esqueléticos. Nestes casos a inervação é somente simpática, mas o nurotransmissor pode diferir entre eles.
Obs* Em humanos observa-se vasos cutâneos com estimulação parassimpática.
MEDIADORES QUÍMÍCOS
São importantes na transmissão do impulso nervoso nas junções sinápticas
NO SISTEMA PARASSIMPATICO – Sempre a Acetilcolina
NO SISTEMA SIMPATICO – O neurotransmissor principalmente encontrado é a nor-adrenalina. Abre-se execeção para as fibras pós-ganglionares das glândulas sudoríparas do coxim plantar do cão e do gato e para os vasos dos músculos esqueléticos.
Onde não há parassimpático o neurotrasmissor pós-ganglionar simpático libera acetilcolina, mas observa-se que a medula da adrenal libera adrenalina (70%) e nor-adrenalina (30%) e que as fibras posganglionares para o músculo piloeretor são nor-adrenérgicas.
EM RESUMO:
A Acetilcolina é o neurotransmissor de:
A Noradrenalina é o neurotransmissor de:
=>Todos os neurônios pós-ganglionares simpáticos, com exceção dos neurônios pós ganglionares simpáticos dos vasos da musculatura esquelética e das glândulas sudoríparas do coxim plantar dos cães e gatos
MEDULA ADRENAL
A medula adrenal recebe inervação direta pelos neurônios pré-ganglionares simpáticos colinérgicos que fazem sinapses com neurônios pós-ganglionares adrenérgicos rudimentares que compõem as células secretoras medulares adrenais. Estes neurônios secretam sua substancia transmissora diretamente no sangue circulante, agindo em todo o organismo.
RECEPTORES PÓS-GANGLIONARES
RECEPTORES COLlNÉRGICOS – MUSCARÍNICOS E NICOTINÍCOS
Os receptores colinérgicos muscarínicos são encontrados em todas as celulas-alvo estimuladas por neurônios colinérgicos pós-ganglionares parassimpáticos e neurônios colinérgicos pós-ganglionares simpáticos. Já os recpetores nicotínicos são encontrados em todas as sinapses pre-ganglionares do sistema nervoso autônomo além da junção neuro-muscular somática.
A ATROPINA bloqueia os receptores muscarínicos e o CURARE os receptores nicotínicos
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
Segundo Cunninghan (2008) existem duas classes principais de receptores adrenérgicos, os receptores alfa e beta. Os receptores beta foram divididos em dois subgrupos (1 e 2), co mbase nos efeitos de drogas adrenérgicas bloqueadoras e estimulantes. Segundo o autor já existe evidência da existência de uma terceira classe de receptores beta e de duas (1 e 2) de receptores alfa.
PRINCIPAIS AÇÕES DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SONO
DEMONSTRATIVO DE TEMPOS DE SONO E VIGÍLIA NAS DIVERSAS ESPÉCIES ANIMAIS
|
EM VIGILIA
|
DORMINDO
|
SONO NÃO ATIVADO
|
SONO ATIVADO
|
RAPOSA
|
9h 18min
|
14h 42min
|
12h 18min
|
2h 24 min
|
GATO
|
10h 48min
|
13h 12min
|
10h
|
3h 12min
|
PORCO
|
11h 6min
|
12h 54min
|
11h 6min
|
1h 48min
|
RATO
|
11h 30min
|
12h 30min
|
10h 48min
|
1h 42min
|
VACA
|
12h 36min
|
11h 24min
|
10h 42min
|
42 min
|
OVINO
|
16h
|
8h
|
7h 30min
|
30 min
|
COELHO
|
17h 6 min
|
6h 54min
|
6h 12min
|
42 min
|
COBAIO
|
17h 12min
|
6h 48min
|
5h 54min
|
54 min
|
CAVALO
|
19h 12min
|
4h 48min
|
4h
|
48 min
|
HOMEM
|
16h
|
8h
|
6h
|
2h
|
Considerações Gerais
Em Humanos:
O Sono não ativado é também chamado de sono de ECG ondas lentas ou de Zono não REM e o Sono ativado é também chamado de Sono Desincronizado ou paradoxal, e o ECG é igual aquele observado durante a vigília.
Durante o período de sono ocorrem várias fases REM de 30 minutos cada
Durante a fase REM há atonia de todos os músculos com exceção dos respiratórios, cardíaco, oculares e do ouvido médio.
Acredita-se que o sono Não REM descansa o cérebro e o sono REM descansa os músculos
Sem a fase REM, os ratos apresentam baixa imunológica e morrem.
A fase REM está relacionada com o aprendizado. Há avaliação e escolha do que será memorizado ou não.
O Sonho ocorre em ambas as fases, mas na fase Não REM o sonhador é sempre passivo e na fase REM é o protagonista.
Se acordar no meio da fase REM 100% dos indivíduos se lembra do sonho e 75% deles poderão se lembrar se acordar até 8 min após o REM.
Em Golfinhos:
Ø Existe desligamento de apenas um dos hemisférios durante o sono, sendo que o tempo de desligamento é variável entre as espécies.
Ø Ocorre desligamento unilateral durante 1 hora e em seguida a sua ativação por 2 horas e assim sucessivamente.
Ø Os golfinhos “nariz de garrafa” desligam os dois hemisférios por 4 a 6 segundos sucessivamente
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Avaliação clínica do sistema nervoso do cão
A – Objetivos
Confirmar se realmente encontra-se presente uma neuropatia, localizar o sítio da(s) lesão(ões) e determinar prognóstico.
Ao realizarmos o exame devemos ser lógicos, desenvolvermos uma seqüência consistente que comece do geral para o específico, e seguí-la em todos os pacientes. De modo geral, primeiramente devemos tentar descobrir se a lesão acomete o SNC ou periférico e suas subdivisões. Para isto, existe diversos sinais e sintomas que podem ser verificados. Há também testes que podem ser executados que buscam dimensionar a lesão.
B – AVALIAÇÃO CLÍNICA geral
1 – Estado mental
O estado mental é regulado pelo tronco cerebral e pelo cérebro e consiste do nível e do teor da consciência. Um animal normal fica alerta; um animal anormal fica deprimido, entorpecido ou comatoso. Um animal demente não está ciente e não se relaciona com seu meio ambiente. Ele pode bater a cabeça, cair das mesas e mostrar de outras maneiras um desprezo completo com sua própria segurança e bem estar.
2 – Postura da cabeça
Um animal normal mantém a sua cabeça em um plano paralelo ao chão. Se mantiver um orelha mais próxima do solo que a outra, descreve-se que ele possui uma inclinação da cabeça.
Marcha em círculos
Uma lesão em qualquer parte do cérebro pode provocar a marcha em círculos, sendo que o animal geralmente o faz em direção ao lado doente.
Obs: Pode se observar Ataxia no caso de doença ou lesão do cerebelo, do tronco cerebral, da medula espinhal e lesões do sistema nervoso periférico nos nervos espinhais ou no oitavo nervo craniano (NC8). Uma lesão cerebral raramente causa ataxia.
3 – Reações Posturais
Estes testes avaliam as fibras proprioceptivas dos nervos periféricos, medula espinhal, tronco cerebral, cérebro e cerebelo, além dos neurônios motores superiores e suas conexões. Como avaliam porções do sistema nervoso, constituem boas ferramentas de triagem para detecção de distúrbios no mesmo, mas não são úteis no caso de localização específica.
4 – Posicionamento Proprioceptivo
Quando deslocamos o membro do animal de alguma forma ele rapidamente traz o membro de volta a uma posição de repouso normal se as reações de atitude e posturais se encontrarem intactas. De acordo com Cunningham (1992), lesões no sistema piramidal (mais precisamente nos neurônios motores superiores do trato corticoespinhal) causam perda de propriocepção além de fraqueza contra lateral.
5 – Hemissaltitamento
Suspende-se os membros de um lado, enquanto o paciente saltita para o lado com os outros dois membros. Um animal normal não apresenta problema na sua própria manutenção durante este teste.
6 – Carinho de Mão
Suspendem-se os membros torácico ou pélvicos, enquanto se caminha com o paciente para frente e depois trás com seus outros dos membros. Um animal normal não apresenta problema em se manter e andar normalmente durante este teste.
C – Avaliação dos Reflexos Espinhais
Os reflexos segmentares espinhais testam diretamente os arcos reflexos da medula espinhal. Eles também testam indiretamente os centros cerebrais superiores que regulam os reflexos espinhais. Se ocorrer uma lesão em um dos segmentos dentro do arco reflexo, ela provocara uma perda do mesmo. Tal perda de reflexo permite a localização precisa da lesão do sistema nervoso. Como se envolve uma lesão no neurônio motor inferior, a perda dos reflexos é chamada de sinal do neurônio motor inferior. Se ocorrer uma lesão cranialmente a um arco reflexo, ela desconecta o reflexo da sua regulação superior (cerebral). Essa regulação tende ser inibitória e, conseqüentemente, a perda da regulação resulta em exagero dos reflexos. Como esse exagero reflexo é devido a uma lesão do sistema nervoso central que envolve os trajetos do neurônio motor superior essa alteração do reflexo é chamado de sinal do neurônio motor superior.
Os reflexos espinhais são classificados em 3 (três) grupos que serão descritos a seguir:
1 – Reflexos Proprioceptivos
Esses reflexos miotáticos são iniciados por estiramento dos tendões ou dos fusos musculares. São eles:
1.1 – Reflexos Proprioceptivos do Membro Torácico
1.2 – Reflexos Proprioceptivos do Membro Pélvico
2 – Reflexos Espinhais Nociceptivos
Esses reflexos são iniciados através de estímulos dolorosos como pinçamento, compressão ou alfinetadas, que estimulam a retirada do membro ou alguma outra ação reflexa. E importante perceber que esses reflexos só testam a integridade de um arco reflexo espinhal. O fato da presença da retirada reflexa não significa nada acerca da saúde dos trajetos nociceptivos que correm cranialmente até o cerebro. Logo não possuem influencia do neurônio motor superior.
Avaliação Nociceptiva
3 – Reflexos Especiais
Tratam-se de reflexos suprimidos pelo neurônio motor superior nos animais normais. Logo a presença desse reflexos indica a perda da inibição do neurônio motor superior em um arco reflexo.
4 – Avaliação Geral dos Distúrbios do Cordão Espinhal
Os distúrbios do cordão espinhal não provocam sinais referíveis a doenças acima do forame magno (como alteração mental, déficits de nervos cranianos e ataxia vestibular e cerebelar).
Sinais Clínicos:
As fibras proprioceptivas ascendentes no cordão espinhal são as mais sensíveis a lesões compressivas; portanto, incoordenação (ataxia sensorial) de um ou mais membros constituem comumente o sinal inicial de uma doença do cordão espinhal. As fibras dolorosas do cordão espinhal ascendentes são as mais resistentes a lesões compressivas; portanto, a ausência da percepção de dor profunda, conforme o demonstrado através de falta de resposta visível a um estímulo nocivo aplicado em um membro ou na cauda, caudalmente a uma lesão compressiva suspeita, indica um dano severo ao cordão espinhal.
D – Exame dos Nervos Cranianos ( NC )
Exame NC envolve um teste da função de cada NC.
A presença de um déficit de NC confirma a presença de uma lesão acima do forame magno. Como muitos dos NC suprem somente o componente motor ou sensorial do reflexo de NC, o teste de um reflexo de NC geralmente envolve um teste de mais de um nervo. Isto é contrário aos reflexos espinhais, nos quais geralmente os componentes sensoriais e motores de um reflexo são ambos transportados pelo mesmo nervo. Muitos dos reflexos NC também se encontram sob controle superior. Portanto tendo uma conexão central (geralmente o tronco cerebral ) e um centro regulador superior (geralmente o cérebro)
Sinais Clínicos nas Lesões do Tronco Cerebral
Sinais Clínicos nas Lesões Cerebelares
Sinais Clínicos nas Cerebropatias Propriamente Ditas
Atenção:
* No caso de cerebropatias os reflexos espinhais são preservados. Quando os reflexos se encontram anormais eles se tornam geralmente exagerados, devido a danos nos trajetos do neurônio motor superior. A percepção da dor nos membros permanece geralmente normal embora alguns pacientes apresentem leves diminuições na percepção da dor.
* Não pode ser esquecido que as alterações de consciência podem ocorrer em conseqüência de distúrbios metabólicos gerais (coma diabético, urêmico ou hepático), ou tóxico (envenenamentos).
VEJA AQUI COMO AVALIAR O SISTEMA NERVOSO DO CÃO NEONATO
BIBLIOGRAFIA
Bichard, S.J. e Sherding, R.G .: Manual Saunders- Clínica de Pequenos Animais, 1 a Edição, Editora Roca, 1998
CHANDLER E.A. & THOMPSON D.J & SUTTON J.B.- Medicina e Terapêutica de Caninos,
ed. 1o , Editora Manole, 610p
Cunningham, J.G. : Tratado de Fisiologia Veterinária, 1 a Edição, Editora Guanabara koogan, 1993. 454p.
Junqueira, L. C . e Carneiro, J. : Histologia Básica, 9 a edição, Editora Guanabara Koogan, 1999. 427p.
MASSONE, F.- Anestesiologia Veterinária Farmacologia e Técnicas, ed 3a , Editora Guanabara/Koogan
MORAES, I. A. – Sistema Nervoso (Apostila), 1999. 18 p
Reece, W.O : Fisiologia de Animais Domésticos, 1 a edição, Editora Roca, 1996
SWENSON &REECE – Dukes- Fisiologia dos Animais Domésticos. Parte VII- Sistema Nervoso, Sentidos Especiais, Músculo Esquelético e Regulação da Temperatura – 1la ed. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro-RJ, 1996. 856p
Thompson D.J., Sutton, J.B. e Chandler, E.A. : Medicina e Terapêutica de Caninos, 2 a Edição, Editora Manole. 1989
WILLIAN O R., Editora Roca, 343p
AS ILUSTRAÇÕES DESTE TEXTO FORAM OBTIDAS DAS OBRAS CONSULTADAS CONFORME AS INFORMAÇÕES ABAIXO
1 a Fig.: Tipos de Neurônios: Junqueira pág. 131
2 a Fig.: Circuitos de Neurônios: Reece pág. 25
3 a Fig.: Bainha de Mielina: Reece pág. 4
4 a Fig.: Nódulos de Ranvier: Reece pág. 2
5 a Fig.: Degeneração Walleriana: Junqueira pág. 152
6 a Fig.: Células da Glia (Tipos): Junqueira pág. 138
7 a Fig.: Meninges: Junqueira pág. 156
8 a Fig.: “Anestesia”: Reece pág. 26
9 a Fig.: Sinapse: Mecanismos de Liberação Junqueira pág. 137
10 a Fig.: Intensidade de Estímulo: Reece pág. 18
11 a Fig.: Nervos Cranianos: Reece pág. 14
12 a Fig.: Medula Espinhal (Divisão do S.N.): Reece pág. 10
13 a Fig.: Hemisférios Cerebrais: Reece pág. 6
14 a Fig.: Receptores Pós Ganglionares (Tabela de Resposta Adrenérgica e Colinérgica): Cunningham pág. 68
15 a Fig.: Testes de Reação Posturais: Chandler pág.126